quinta-feira, abril 02, 2009

Câmara rejeita decreto que afastaria prefeita de suas funções


A votação do Decreto 002/2009, que foi adiada na sessão passada e que estava sendo aguardada com muita expectativa pela população apodiense, aconteceu na sessão ordinária de hoje. Por quatro a três, o decreto foi rejeitado, recebendo votos inclusive de um dos autores e do presidente da Comissão Processante.

De autoria da mesa diretora da Câmara, o decreto propunha o afastamento da prefeita Gorete Silveira de suas funções durante o período de investigação da Comissão Processante, instalada para apurar supostas irregularidades na sua administração e daria posse ao vice-prefeito Evandro marinho.

Ao votar contra a aprovação do decreto, o vereador Ângelo Suassuna, que é o presidente da Comissão Processante, justificou que o fato de estar votando contra o afastamento da prefeita, não significa o fim da comissão e não impede que as investigações continuem. “Se constatarmos que não houve irregularidades, vamos parabenizar a nossa prefeita”, argumentou.

Sem se referir especificamente à rejeição do decreto, no qual votou contra, mesmo sendo um dos autores da proposta, o vereador Hélio da Ambulância afirmou que “A câmara não tem grupo A ou grupo B, nem pessoas preocupadas com benefícios próprios, mas um grupo unido para buscar melhorias que venham beneficiar a população de Apodi.”

O vereador Chico de Marinete disse respeitar a posição dos que votaram contra o decreto, mas a criação da Comissão Processante não foi uma decisão isolada, porque contou com o apoio de dois terços dos vereadores e que graças à comissão, a prefeita passou a respeitar os prazos para entregar solicitações feitas pela casa. “Ela nunca mais atrasará o envio de informações”, concluiu.

Decepcionado com a não aprovação do decreto, o vereador Júnior Carlos, membro da Comissão Processante exigiu a continuidade das investigações. “Respeito a decisão dos colegas, mas precisamos esclarecer à população que os trabalhos da comissão não estão encerrados com a rejeição do decreto e que continuaremos checando as informações que nos foram entregues.”

O vereador João Evangelista, presidente da casa, obedecendo ao regimento interno não pode votar, mas é favor do afastamento da prefeita durante a tramitação do processo, para que não haja favorecimento. “De forma democrática, o decreto foi rejeitado, mas fizemos a nossa parte e continuaremos fazendo sempre o que for melhor para Apodi, mesmo que isso muitas vezes nos coloque em confronto com os interesses do executivo”.

Como relator da Comissão, o vereador Genivan Aires também votou a favor do decreto e não esconde a decepção por não ter conseguido aprová-lo. “Não se trata simplesmente de querer afastar a prefeita, mas de dar seqüência a um processo que teve início e tem que ter meio e fim, mas continuaremos com a mesma postura fiscalizadora e caso sejam constatadas irregularidades, tomaremos providências”, garante.